INSTITUTO GNOSIS APOIA EVENTOS DE COMEMORAÇÃO DO CENTENÁRIO DA COLÔNIA JULIANO MOREIRA, QUE INCLUEM EXPOSIÇÃO, SEMINÁRIO E SEMANA DA LUTA ANTIMANICOMIAL
- Comunicação Gnosis
- 26 de mai.
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Ao assumir a gestão da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) da zona oeste, em 2023, a equipe do Instituto Gnosis sabia que o desafio seria muito maior do que a coordenação técnica das 14 unidades envolvidas. Ali, estava posto que a responsabilidade não estava somente na manutenção dos equipamentos públicos, e sim, no cuidado humanizado para a saúde mental das pessoas daquele território. Um cuidado que vai além do consultório, da prescrição de medicamentos, mas que envolve arte, cultura, empatia, e defesa dos direitos humanos.
A Colônia Juliano Moreira, inserida na RAPS - zona oeste, é um dos símbolos do desafio aceito pelo Instituto Gnosis de compartilhar a gestão com a Prefeitura do Rio. Símbolo de um passado sombrio, de exclusão, isolamento e manutenção dos manicômios com internação compulsória, a Colônia traz nos seus 100 anos de existência, histórias de muitas pessoas que devem ser revisitadas em defesa da luta antimanicomial e dos direitos humanos.
Com esse olhar atento, sabendo da responsabilidade histórica da Colônia Juliano Moreira, a equipe do Instituto Gnosis entendeu que só seria possível encarar esta empreitada se o seu foco fosse nas pessoas, com as suas experiências culturais, sociais e emocionais. Que os determinantes daqueles territórios sinalizariam para as equipes sobre as melhores práticas para acolher e cuidar da saúde mental daquela população. Hoje, tal entendimento reflete a diversidade e a complexidade desta operação, que vai muito além da gestão de equipamentos públicos.
A prova disso é a mobilização do Instituto Gnosis para apoiar os eventos de comemoração dos 100 Anos da Colônia Juliano Moreira, por acreditar que por meio da arte e da cultura, por meio da socialização e das trocas interpessoais, é possível promover a saúde mental com qualidade, de forma integrada aos territórios, junto às comunidades, sem isolamento e com respeito aos usuários.
As comemorações do Centenário envolvem um leque de eventos, que contaram com o apoio do Instituto Gnosis, como a exposição “100 Anos da Colônia Juliano Moreira”, no Museu de Arte Contemporânea Bispo do Rosário, que se encontra aberta à visitação. Nas salas de exposição revitalizadas em parceria com o Instituto, retratos, fotografias, esculturas, pinturas e intervenções artísticas produzidas por usuários dos serviços de saúde mental, remontam a história da luta antimanicomial e da Colônia.
Além da exposição do Museu, o Instituto também apoiou a realização do Seminário “100 Anos da Colônia Juliano Moreira”, realizado dia 17/05, no auditório do Instituto Municipal de Assistência à Saúde (IMAS) Juliano Moreira, em alusão ao Dia da Luta Antimanicomial, celebrado em 18 de maio. O seminário reuniu profissionais da saúde mental, usuários, familiares e trabalhadores do SUS para refletir sobre as histórias da Colônia, as memórias de quem passou por lá e as lutas de resistência dos usuários de saúde mental.
No debate, foi priorizado que o cuidado deve reconhecer que as experiências e o sofrimento em saúde mental são moldados por múltiplas dimensões sociais, tais como: raça, gênero, orientação sexual, classe social e deficiência, entre outros. A partir de tal compreensão se torna possível analisar como essas dimensões se sobrepõem e interagem, criando experiências únicas e diferenciadas de sofrimento e no acesso aos cuidados em saúde mental.
Para marcar a data de mobilização do 18 de maio, o Instituto Gnosis também apoiou a II Semana da Luta Antimanicomial, realizada pelo Centro de Cultura e Convivência (CECCO) Pedra Branca, entre os dias 19 e 23/05, que reuniu apresentações artísticas, rodas de conversa, apresentações de trabalhos acadêmicos, trocas de experiências dos trabalhadores do SUS sobre a luta antimanicomial e uma feira de economia solidária. A Semana foi aberta ao público e aconteceu no Espaço Maria Rosenda (antigo Núcleo Franco da Rocha), Barracão da Dirce e na Casa Laranja do CECCO Pedra Branca, ocupando diversos espaços junto à mata da Colônia, no antigo Sertão Carioca.
Com tantas atividades envolvendo acadêmicos, profissionais e trabalhadores do SUS, usuários dos serviços de saúde mental, seus familiares e a sociedade civil, se torna mais evidente a robustez e a complexidade da Rede de Atenção Psicossocial da Zona Oeste. Uma rede que não está resumida a consultórios, projetos terapêuticos individuais e medicalização, e sim, organizada de forma a integrar os usuários à sociedade, propondo atividades coletivas externas, visitas a outros espaços, oficinas e capacitação para o trabalho.
Para quem não sabe, além das 14 unidades, dentre Centros de Atenção Psicossocial infanto-juvenil, para adultos e para usuários de álcool e outras drogas, o Instituto Gnosis é responsável pelos deambulatórios, pelo Centro de Convivência, pela Unidade de Acolhimento de Adultos (UAA), pelo Museu Bispo do Rosário, pelo Ateliê Gaya, pela Pousada Sertão Carioca (que acolhe usuários e familiares), e um projeto de horta.

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